A epidemia da zika trouxe à tona um tópico que nós brasileiros não gostamos de mencionar: o saneamento básico. O tema vai continuar em voga nos próximos meses com a chegada das Olimpíadas ao Rio de Janeiro e das infames regatas no esgoto da Baía da Guanabara.
Mas o que é o saneamento básico?
Em sua definição mais simples, o saneamento básico é a ligação das residências à rede de esgoto e de água, o tratamento desse esgoto e a coleta e o tratamento do lixo.
Muitos por aqui não têm nada disso. É uma das verdades incômodas que os brasileiros mais afortunados precisam enfrentar. Dados mais recentes (último Censo) apontam: apenas 54% (só pouco mais da metade!) dos domicílios do país têm rede coletora de esgoto ou de água da chuva; e 82% têm acesso à água da rede geral de distribuição.
Que a Baía da Guanabara seja um esgoto a céu aberto é uma vergonha bem maior do que o 7 a 1 no Mineirão. Mas não é apenas para que iatistas possam praticar seu esporte que precisamos tratar nosso esgoto.
Hoje sabemos: o acesso ao saneamento básico é uma das principais condições para a saúde de uma população e, em particular, para o desenvolvimento das crianças. Inúmeros estudos mostram que a saúde na infância afeta a saúde na vida adulta, a longevidade e até (pasmem!) a inteligência.
Ou seja, quando o acesso ao saneamento básico é negado a muitos de nós, condenamos o país ao atraso: à falta de saúde, à vida medíocre e ao miolo mole.
Precisamos colocar as prioridades em ordem.
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